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My cup of tea

"You can never get a cup of tea large enough or a book long enough to suit me" C. S. Lewis

My cup of tea

"You can never get a cup of tea large enough or a book long enough to suit me" C. S. Lewis

Abominalidades

A Miss F do blog Reading in Style afirmou odiar pessoas. Até que enfim! Alguém que compreenda a minha dor. Eu também odeio pessoas. Já desconfiava que não era a única. Por fim, alguém chegou-se à frente. Sinto que foi uma revolução. O virar da página. E ela comprometeu-se todas as quartas destrinçar várias e odiáveis personalidades. Tem a minha aprovação. E ainda convidou outras bloggers a encetarem o exercício. Desde que identificassem a autora desta ideia para cima de espetacular, sob o risco de penalidades várias que não queremos experimentar.

Eu acho ótimo. Catártico. Uma espécie de alcoólicos anónimos, versão haters anónimos. Ora, vamos lá então.

- Olá, chamo-me Tea e odeio pessoas mais ou menos desde... desde... sempre.

(Olá, Tea.)

Isto começou... Já não me lembro como é que começou. Não me lembro quem foi o primeiro individuo a suscitar em mim abominalidades, mas sei que neste momento tenho em mim um rol imenso de abominalidades. Não é fácil viver assim. Há várias abominalidades que neste momento me atormentam. Por exemplo, pessoas-que-me-interrompem-enquanto-falo-ao-telefone-tendo-verificado-claramente-que-nesse-preciso-momento-estava-a-falar-telefone-e-me-é-totalmente-impossível-encetar-uma-nova-conversa. Este indivíduo, normalmente, assim que verifica que alguém está a falar telefonicamente a primeira coisa que faz é olhar atentamente para essa pessoa. O mais atentamente possível. Descortinar todos os sons (por mais impercetíveis que sejam) que saiam do microfone do telemóvel. Não conseguindo compreender (o habitual), enruga a testa, levanta o lábio superior deixando a gengiva parcialmente visível e os incisivos completamente à mostra diz qualquer coisa como: "Quem é?!" Neste caso, é fugir. Não é afastar. É fugir. Rápido, muito rápido. Se por acaso já não vão a tempo de virarem Usains Bolts, é tentar dizer simultaneamente que tentam alimentar uma conversa telefonicamente: "Não conheces...". Se por azar o sujeito abominável perceber que conhece a outra pessoa. Esqueçam. A conversa acabou. Ou então vão ter de fazer um esforço hercúleo para conseguirem ter duas conversas em simultâneo em dois domínios distintos. O domínio físico e o telefónico. E se tentarem dar por finalizada a conversa no domínio físico, lamento, mas não vão conseguir. Porque o sujeito abominável vai acusar-vos ostensivamente de terem um cérebro com proporções e características intrinsecamente masculinas (mesmo que sejam homens e portanto a afirmação deixe de ser um insulto e passe a ser uma constatação, nesse caso o insulto é mesmo pelo facto de o vosso último cromossoma ser um Y). O sujeito abominável vai explicar-vos que é humanamente possível prosseguir com duas conversas em simultâneo, vai revirar os olhos e continuar a impingir-vos recados para o outro lado. E é isto...(eu lavada em lágrimas)

(Obrigada Tea, pelo teu desabafo.)

- Posso só dizer mais uma coisa.

(Claro)

- Também abomino moscas.

(Esgar de desilusão)

- Eu sei... Não são pessoas, mas... Quer dizer, moscas... Atormentam-me... E...Pronto, esqueçam!

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