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My cup of tea

"You can never get a cup of tea large enough or a book long enough to suit me" C. S. Lewis

My cup of tea

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Uma paixão chamada livros #19

19. Coleção/ saga favorita

Não há uma saga favorita, mas sim duas que não consigo escolher. Estão em pé de igualdade, por motivos que já expliquei aqui.

The Hunger Games e a saga Divergente. Há aspetos que gosto mais numa coleção do que noutra e vice-versa. Não consigo escolher uma.

Nenhuma delas tem uma escrita fabulosa, mas acho que o que mais me agarra em ambas as coleções é o facto de sermos transportados para um futuro distópico e a isso aliarmos algum romance.

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Os Jogos da Fome.jpg

 

Leituras #6 Trilogia Divergente

Alerta spoiler (ainda estou para descobrir como é que se fazem reviews sem spoilers...).

Centésimo post do blog, para falar sobre o quê? Livros. Já vim aqui cem vezes, repetir este processo que é o de escrever um post. Já falei sobre cabelo, sobre roupa, sobre comida, sobre filmes, sobre a faculdade, sobre o meu dia-a-dia... Hoje falo de livros.

Há quase um ano atrás uma amiga minha ofereceu-me o "Divergente", porque sabia que eu queria ler a saga já há algum tempo. Li-o em dois dias. Entretanto era para ter começado o "Insurgente", mas só quase um ano depois, em Dezembro, é que o consegui. E acabei a trilogia, como disse aqui. Com muita pena minha. Custa sempre. Afeiçoamo-nos à história, aos personagens, ao enredo...

Decidi fazer review da trilogia, em vez de optar por fazer de cada livro individualmente (passávamos o mês a falar disto...). Vamos a isto.

O primeiro livro, Divergente, acho que foi o que mais gostei. É talvez o mais parado, com menos ação, mas ainda assim com muito movimento. É o livro em que nos são apresentadas as personagens. Em que temos uma ideia geral do que está a acontecer. É o livro em que nos é apresentado o universo Divergente. O sistema de fações nos quais se encontra dividida a sociedade: Cândidos (a sinceridade), Abnegados (o altruísmo), Intrépidos (a coragem), Cordiais (a amizade) e Eruditos (a inteligência). É o livro em que Tris tem de escolher a qual das fações quer pertencer. Se quer manter-se na Abnegação com a família ou transitar para outra fação. Depois de escolher mudar para os Intrépidos, depara-se com todo um processo competitivo de Iniciação. É nesta fase, que começa a tomar consciência da perigosidade do seu segredo, ser Divergente, ter aptidão para mais do que uma fação. É também nesta fase que conhece Tobias e se apaixonam. O final do livro é sem dúvida a fase do livro com mais ação, que nos deixa em apneia, sem conseguir respirar com toda a sucessão de acontecimentos.

No segundo livro, Insurgente, retomamos o ponto em que tínhamos terminado o último livro. A Erudição alia-se a alguns membros dos Intrépidos com o objetivo de eliminar todos os Divergentes, que supostamente ameaçam a sociedade. Durante todo o livro vai-se criando suspense em torno de um suposto segredo que pode mudar toda a dinâmica do livro. Eu percebi desde o início que estaria relacionado com a existência de vida humana por de trás da cerca, portanto, não constituiu grande surpresa. Neste livro nota-se uma evolução na relação Tris/ Tobias. Já avançaram para algo mais sólido, já ultrapassaram aquele romance inicial. Ao mesmo tempo, Tris vive obcecada com o ser o mais abnegada possível, nem que para isso tenha de morrer. Acha que tem o dever de salvar toda a gente à sua volta, seja para fazer valer a morte dos pais, ou para adormecer o peso na consciência que tem por ter matado Will. Outros personagens em relação aos quais eu acho que se notam mudanças são Peter e Caleb. Peter parece que, gradualmente, está a tomar o rumo para se tornar uma pessoa melhor, embora mantenha os mesmos traços egoístas que vimos no primeiro livro. Caleb muda para algo, de certa forma, surpreendente. Alguém que aceita que a irmã morra, pelo bem do "conhecimento" e da "sociedade". Mas no fundo, acho que ele não é o vilão. É simplesmente alguém facilmente manipulável e vítima de Jeanine. Outras duas personagens cruciais para o livro são os pais de Tobias, que vamos conhecendo melhor. Percebemos que não são assim tão diferentes, embora por motivos diferentes. O pai de Tobias por simples maldade, a mãe por vingança.

Por fim, o terceiro livro, Convergente. Não sei se foi o que gostei menos, mas foi de certeza o que me custou mais. Foi o livro com que me despedi desta saga e foi o livro em que Tris morreu. Ainda agora, penso como é que é possível ela ter mesmo morrido. Ela e quase todas as boas personagens... Escaparam poucas. Eu percebo que seja realista muitas personagens terem morrido, uma vez que se tratava de um contexto de guerra e até percebo a intenção da autora ao ter determinado a morte de Tris, mas mesmo assim, acho que não havia necessidade. Quando o terceiro livro começa já sabemos da existência de vida do outro lado da cerca. Tris faz parte do conjunto de rebeldes que decidem explorar o que existe para lá dos limites da cidade. Esta revelação muda toda a perspetiva do livro. Percebemos que a cidade dividida em fações não passa de um experiência genética que está constantemente sob vigilância. Uma das partes que mais gostei foi um conjunto de revelações que Tris tem sobre a mãe, que lhe permitem perceber melhor o motivo pelo qual a mãe morreu e conhecer melhor a personalidade e a história da mãe. Outro aspeto foi o facto de o livro ser narrado a duas vozes: Tris e Quatro. Gostei imenso do acesso que vamos tendo à mente de Quatro. Acho que só no terceiro livro compreendemos de forma mais plena a personalidade de Quatro. Vemos também que Tris abandonou a ideia de que tem de morrer a todo o custo para salvar alguém, mas ao mesmo tempo é cada vez mais altruísta, o que em última instância acaba mesmo por conduzi-la para a sua própria morte. Uma morte, na minha opinião, um pouco ridícula. Depois de tudo o que sobreviveu, morrer assim, não faz muito sentido. O motivo faz sentido, mas a forma como morre não. Em relação a Peter, vemos que embora mantenha os mesmos traços de personalidade, estão mais atenuados, vemos que quer mudar, embora não tenha coragem de o fazer por ele própria. Vemos que Caleb não é definitivamente o vilão, muito embora seja muito manipulável e volúvel. O livro acaba de uma forma triste, mas bonita.

Gostei mesmo desta saga. Foi diretamente para o meu top de favoritos. Recomendo mesmo.

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Em ressaca

Estou numa das piores ressacas literárias de sempre. Acabei a saga Divergente. Não sei se estou pior pelo fim penoso do último livo, Convergente. Não suportos escritoras homicidas. Que insistem em levar quase todas as boas personagens. Porquê? Qual é o objetivo? Surpreender os leitores ou semear ódios?

Ou se é mesmo por ter acabado uma das melhores trilogias que já li. È tão a minha cara. Depois de ter acabado The Hunger Games, fui invadida por um vazio muito típico de quem acabou de ler uma coisa tão boa que se tornou parte da minha vida. Mas esse vazio foi suplantado pela trilogia Divergente. Agora, acabei a trilogia, fiquei sozinha outra vez, sem um livro que me transporte para outro lado, para outra perspetiva, para outro mundo.

Estou tão mal... Preciso de alguma coisa que cure esta ressaca horrível... Dizem que o tempo cura tudo. Ou uma nova paixão. Se alguem souber de algum livro que me ajude, avisem esta pobre alma.