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My cup of tea

"You can never get a cup of tea large enough or a book long enough to suit me" C. S. Lewis

My cup of tea

"You can never get a cup of tea large enough or a book long enough to suit me" C. S. Lewis

Vantagens vs. Desvantagens de um Kispo

(Pode parecer um post pseudo-fashion, mas nao é, a sério.)

Agora que começou este frio siberiano, comprei um kispo (sim, eu digo kispo, e não percebo tanta implicância com uma palavra tão inócua). E foi das melhores compras que poderia ter feito. Pode pisar a linha do inestético, como quem quer atirar-se para o lado de lá, mas andar o dia todo com um edredon em cima vale por tudo isso. Toda a gente com frio, e eu uma alma por natureza friorenta, sinto-me perto de atingir o nirvana.

Mas apesar de estar numa relação quase simbiótica com o meu kispo, há desvantagens para além da acima referida.

Primeiro, cada vez que tiro o kispo é ver uma nuvem de penas e plumas em alegre queda à minha volta. Sinto-me saída de uma qualquer chacina num aviário. Portanto, tirar o casaco à frente de outras pessoas é de evitar. Temo que alguém chame a Proteção dos Animais cada vez que faço um movimento mais brusco, tiro qualquer coisa do bolso ou me dispo. Como se não bastasse ter sempre penas a orbitar à minha volta, aquilo tende a entranhar-se na minha roupa e só com uma paciência utópica é que conseguiria tirá-las todas. Não, obrigada.

Segundo, fico com o dobro, senão com o triplo do volume. Isto é uma vantagem dentro de uma desvantagem.

Desvantajoso, porque mais magra que seja, ninguém quer triplicar o volume. Principalmente quando isso só me deixa mais perto de uma dimensão esférica. Se conseguisse que o volume se encontrasse em zonas estrategicamente localizadas... Mas, não. Entre o pescoço e o joelho sou uma massa preta indistinta.

Isto no fundo, acaba por ser vantajoso, porque me sinto de tal forma insuflada, que ia jurar que se me atirasse do ponto mais alto da Torre Eiffel sairia absolutamente incólume da queda (prometo não tentar, sim).Portanto cada vez que visto o kispo fico não só à prova de queda como de choque. Espetacular, certo?

De qualquer das formas pretendo ser uma pessoa feliz em (quase) plena simbiose com o meu kispo até ao fim do Inverno.

 

 

Uma paixão chamada livros #15

15. Livro que custou a ler

“O Conde Monte Cristo” custou-me a ler a primeira metade, mas acho que aquele que me custou mais foi “Anna Karenina”. Levei um mês para o ler. Um mês, senhores.

A história tem o seu quê de interessante, mas o que me levou mais tempo a lê-lo foram as longas dissertações do Levine. Não havia necessidade. Que aborrecimento. E o homem vai discutindo interiormente tudo o que pensa da sociedade, e da economia, e da religião, e da filosofia… E eu só queria mesmo saber se ele ficava com a Kitty, que eles eram o meu casal preferido, mas qual quê, para Tolstoi o romance não tinha importância nenhuma, o que importava era dar a conhecer todas as teses rebuscadas e filosóficas de Levine.

O livro leva o nome de Anna Karenina, mas fiquei com a ideia que acaba por ser uma personagem mais secundária do que aquilo que deveria ser. Eu esperava que fosse a personagem principal. Mas nem pelo facto de ser mais secundária do que seria expectável para mim, somos poupados a todos os dramas da mulher. E ora quer ficar com o marido, ora já não quer, ora quer ficar com Wronsky, ora já não quer porque ele a trai. Livra.

É por essas e por outras que tenho sérias dúvidas que venha a ler “Guerra e Paz”.

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