29. Personagem literária que adoras odiar

Dâmaso Salcede d'Os Maias. Quem não adora odiar aquele homem? É execrável e odiável com o seu quê de cómico à mistura. Os episódios em que entra suscitavam sempre mixed feelings. Se por um lado é extremamente irritante, por outro gera sempre uma certa perplexidade.

1. Tenho o roupeiro a abarrotar de roupa que já não uso e uma necessidade urgente de destralhar, reorganizar, repensar e de me desfazer de umas quantas coisas que insisto em guardar só porque sim (já disse que sou paranoicamente apegada coisas?);
2. A minha secretária está um caos. Uma pilha enorme de livros, cadernos e folhas habita serenamente no meio de outras tantas folhas e canetas ao desbarato:
3. Prometi a mim mesma que em Novembro ia começar a correr. Depois era em Janeiro. Estamos em Março e acho que nem preciso dizer o que é que aconteceu. Ou o que é que não aconteceu;
4. Tenho uma inércia crónica no que respeita a pôr cremes e tretas dentro do género. Já prometi a mim mesma umas quantas vezes aquele discurso típico e fabuloso: “Agora é que é!”. Só ainda não descobri exatamente quando é o “agora”. Seja quando for, neste momento estou com uma pele horrível, sem eu perceber o que é que despoletou isso, e uma borbulha algures na testa a lembrar-me que o “agora” tem de acontecer o mais rapidamente possível;
5. O meu cabelo, sabe Deus porquê, está tremendamente oleoso. Já experimentei tudo o quanto é shampô. Para cabelos oleosos, para cabelos normais, para maior leveza, para maior frescura, para limpeza profunda… E, cadê você Shampô perfeito? Estou em crer que não existe. Resta-me conviver resignadamente com a produção hiperativa das minhas glândulas sebáceas;
6. Por fim, consegui deixar de roer as unhas (pela enésima vez), mas perco por completo o autocontrole perante qualquer cutícula;
7. Tenho dado por mim a falar sozinha na rua. Não sei se é patológico, mas temo que alguém me veja no meio da rua em pleno solilóquio. Podem achar que sou louca. E com razão, convenhamos.

E é isto, gente.