Autor vs. Leitor
Pensei a primeira vez na questão autor vs. leitor depois de ter lido "A culpa é das estrelas". Quando a Hazel e o Augustus vão à procura do Peter van Houten para que ele lhes diga o final do livro que escreveu. Mas ele não responde, porque ele próprio não sabe.
Eu própria caio no erro de pensar, muitas vezes, que sendo um final aberto o autor lá saberá qual é realmente o final do livro. E às vezes quando me deparo com um final tão aberto que tudo pode acontecer, começo a imaginar o que é que o autor terá definido para aquelas personagens. Como se o autor se tornasse o proprietário das personagens e da história só porque a escreveu. A partir do momento em que lemos o livro, a história e as personagens tornam-se um bocadinho nossas e sendo o final aberto, podemos ser nós próprios a decidir qual o rumo de cada personagem.
Apesar de teoricamente ser assim, o livro não teve o enredo ou a história que nós decidimos, logo, na minha opinião, o final também não deve ser decidido por nós. É por isto que eu não gosto de finais muito abertos, incompletos, em que tudo pode acontecer, como se ficasse ali uma ponta por rematar. Se eu não consigo definir o final das personagens e o próprio autor deixou essa tarefa por mão alheias, as personagens ficam ali num limbo, sem rumo definido.
Eu sei que é só um livro com personagens ficcionais, mas é como se o autor tivesse uma certa preguiça para definir qual o final, então cada um define o seu próprio desfecho. Eu discordo disto, acho que o desfecho deve ser universal e para ser universal tem de ser criado pelo próprio autor.
Porque é que o autor simplesmente não acaba o livro? É que ficando o final aberto é como se deixasse o livro a meio...