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My cup of tea

"You can never get a cup of tea large enough or a book long enough to suit me" C. S. Lewis

My cup of tea

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Leituras| Eleanor & Park

Apaixonei-me por este livro. Quando li a última página, apeteceu-me voltar ao início para poder ler tudo outra vez, de um só trago. Gostei mesmo. Não ia com grandes expectativas. Abstive-me de ler reviews para não ter spoilers. Portanto, comecei sem saber muito bem ao que ia. É chato no início, porque andamos meio perdidos, mas amplia aquela sensação de ânsia para se prosseguir na história.

Eleanor é a ruiva, gorda, estranha e nova lá na escola. A vítima ideal de bullying. Park é o asiático apaixonado por BD e música. Park, com uma generosidade súbita que não reconhece em si, oferece a Eleanor o lugar ao lado dele no autocarro para esta não ser motivo de gozo de todos os outros colegas. É este o mote para o livro.

Nas primeiras 50 páginas não percebemos muito bem como é que o romance se vai desenrolar. Não falam um com o outro. Agem como se fossem sozinhos no banco do autocarro, até ao dia em que Eleanor começa a espreitar a BD de Park e Park começa a demorar mais em cada página para que Eleanor leia. Depois começa a troca de BD e de música. Quase sem se falarem, como se o que estivesse a acontecer, não estivesse realmente a acontecer. Sem clichés nem lugares comuns. Quando por fim começam a falar, dá-se uma química que despoleta o romance. Apaixonam-se.

Eleanor e Park não são só Eleanor e Park. Eleanor vive com os irmãos, a mãe e com o padrasto que agride constante a mãe. Uma história complexa que vem adicionar maior densidade e interesse ao livro. Park vem de uma família bem mais estruturada, mas com alguns problemas com o pai.

É neste meio que Elenaor e Park vão viver o primeiro amor e sentir a sensação avassaladora de estarem apaixonados pela primeira vez.

Sem entrar em spoilers (não acredito que estou a conseguir mesmo escrever uma review sem spoilers…), apesar do livro não acabar exatamente da maneira que eu queria, acho que foi o melhor final para o trajeto que o livro seguiu. Não acabou de uma forma demasiado idílica, mas também não acabou mal. Isto nem pareço eu, que luto abertamente contra os finais abertos, mas neste caso acho que foi o final ideal.

Em relação a uma adaptação ao cinema, parece-me uma ideia que tem tanto de interessante como de destruidora. Se por um lado, gosto sempre de ver a história pelo ponto de vista de outra pessoa, por outro, este romance tem um lado psicológico, em que entramos na cabeça dos protagonistas, e transparecer isso não me parece de todo simples. Isto leva-nos a outro aspeto que gostei bastante no livro: é narrado a duas vozes, o que ajuda a ter uma visão muito mais completa de todo o enredo.

Por enquanto, foi um dos livros preferidos deste ano, se não o preferido. Gostei mesmo.

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Só um pequeno parêntesis. A Eleanor ganhou o meu coração quando deu a opinião dela em relação ao Romeu e Julieta. Haja alguém no mundo que ache o mesmo que eu.

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