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My cup of tea

"You can never get a cup of tea large enough or a book long enough to suit me" C. S. Lewis

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Leituras| Sensibilidade e Bom Senso

Li Sensibilidade e Bom Senso de Jane Austen, porque estava a entrar em ressaca literária (acontece, quando fico algum tempo sem ler) e precisava de alguma coisa que não me entusiasmasse para não perder o foco: estudar. Big mistake.

Há uns anos li Orgulho e Preconceito e não gostei muito (Como?!). Achei que tinha um ritmo lento, sem grande desenvolvimento. Por esse mesmo motivo, achei que com Sensibilidade e Bom Senso seria a mesma coisa. Não foi, passado uma semana já o tinha acabado. E gostei tanto, mas tanto. Acho que se tivesse lido, agora, Orgulho e Preconceito, teria gostado muito mais.

Admito que nem toda a gente goste. É efetivamente um livro com o seu ritmo e as suas particularidades. Prova disso são as críticas no Goodreads, há quem adore e há quem odeie. Há quem não consiga passar das sessenta páginas. E há quem devore o livro em menos de nada. Acho que não estou em nenhum dos extremos, mas gostei bastante.

Gostei da sociedade aristocrata retratada por Jane Austen. Gostei dos comentários sarcásticos dissimulados, muito próprios de Jane Austen. Gostei daquele ambiente muito british do sec. XIX: dos jantares, dos bailes, dos passeios pelo campo,… Sem dúvida, que uma das coisas que mais me faz gostar dos livros de Jane Austen é a época histórica em que são escritos.

Em relação às duas personagens principais que dão nome ao livro, Marianne e Elinor, respetivamente Sensibilidade e Bom Senso, trazem um dinamismo muito interessante ao livro. Ambas vão passando exatamente pelas mesmas situações, desgostos amorosos ou o iniciar de um romance, e ambas têm reações completamente antagónicas. Acho que às vezes, ambas acabam por cair no exagero da respetivas emoções. Se Marianne reage efusivamente, como se o que estivesse a passar fosse o mais negro dos cenários, Elinor reage como se nada tivesse acontecido, suprime por completo as emoções.

Uma palavrinha especial para Wiloughby. Eu gostava mesmo do rapaz. Espirituoso, dinâmico, giro (eu imaginava-o giro, mesmo giro)… E gostava mesmo que a Marianne e ele tivessem ficado juntos. Até que o rapaz se revela um cafajeste. E isto é a prova de que já na altura existiam homens parvos. Achei muito bem que Jane Austen mesmo assim tivesse dado a volta por cima. Ele foi parvo, sim senhor, mas vamos ser simpáticos com o rapaz, que ele foi só uma vítima das circunstâncias e de algumas más escolhas. De qualquer das formas, pomos a Marianne com o Coronel Brandon, que é só 20 anos mais velho que ela, mas é muito boa pessoas e ficam todos felizes. E ficam mesmo. É isso que eu gosto na Jane Austen, deixa as personagens principais com um final feliz.

As restantes personagens também são muito interessantes. Gosto tanta da forma como Jane Austen estrutura e caracteriza as personagens. Uns são parvos, outros são uns totós, outros são só estúpidos, outros são arrogantes, outros são caricatos, outros são uns desbocados (daquelas pessoas sem filtros),… Ou então, são a mistura de um bocadinho de tudo.

E é isto. Gostei e recomendo. Não é para toda a gente. Houve uma fase em que eu própria não gostava muito, mas dêem uma oportunidade. E uma segunda. Uma terceira se for preciso. Insistam. Se não gostarem, paciência, não temos todos de gostar de azul, não é?

Uma paixão chamada livros #40

40. Próximo livro a ler

Quando acabar de ler Emma, de Jane Austen, ou continuo na minha maratona de Jane Austen, o que acho improvável, porque gosto de intervalar vários tipos de livros, ou leio A verdade sobre o caso de Harry Quebert, de Joel Dicker. A segunda hipótese parece-me mais viável. O livro tem ótimas críticas, portanto provavelmente é o que vai acontecer.

Uma paixão chamada livros #25

25. Top 5 escritoras favoritas

1. Jane Austen

Li o Orgulho e Preconceito há alguns anos atrás, e na altura, sabe Deus porquê, a coisa não me seduziu muito. Há coisa de um mês atrás peguei em Sensibilidade e Bom Senso sem grandes expectativas e numa de tentar dar uma segunda oportunidade. E percebi, que o problema não era o livro, mas sim eu. Isto veio apoiar a minha tese de que há alturas da vida para lermos certos livros. E eu li Orgulho e Preconceito na altura errada. Se tivesse lido agora teria gostado muito mais. Gostei tanto de Sensibilidade e Bom Senso que me apaixonei pela escritora e fiquei com vontade de ler todos os livros dela.

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2. Veronica Roth

Escreveu uma das minhas sagas favoritas, Divergente. Gosto da forma original e criativa com que desenvolve a ação. Não dá tempo para respirar. Sucede uns acontecimentos aos outros em catadupa. Não vou dizer que é absolutamente surpreende, mas surpreende.

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3. Suzanne Collins

Autora dos Hunger Games, foi a escritora que me levou pela primeira vez até a um futuro distópico. Acho que os livros têm um equilíbrio muito bom entre drama, ação, romance… Esta foi daquelas sagas que não consegui largar enquanto não parei de ler. Li cada um dos livros a uma velocidade estonteante e fiquei sempre com vontade que houvesse mais.

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4. Agatha Christie

Agatha Christie explora os policiais de forma incrivelmente exímia. E no meio disso tudo ainda criou duas personagens tão icónicas como Poirot ou Miss Marple. O mais curioso é que o romance que mais gosto dela não inclui nenhuma destas personagens: As dez figuras negras. Foi o primeiro livro que li dela, e até agora o meu preferido.

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5. Enid Blyton

Como seria expectável já não leio nada de Enid Blyton há vários anos, mas de qualquer das maneiras era impossível não a incluir no top. Li imensos livros dela na infância/ adolescência: Colégio das quatro torres, As gémeas, Os cinco, Os Sete… Vivia apaixonada pelos livros desta senhora e moldou grande parte do meu imaginário. Para mim, durante algum tempo, a Zé, o Júlio, a Ana, o David e o Tim existiram mesmo algures no Reino Unido.

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Uma paixão chamada livros #14

14. Livro clássico favorito

Quando li o desafio a primeira vez, pensei: “Conde Monte Cristo”. Entretanto, comecei a ler “Sensibilidade e Bom Senso” de Jane Austen e a resposta mudou ligeiramente. Por motivos diferentes, vai ser uma resposta dupla.

“Conde Monte Cristo”, porque é efetivamente um livro genial. Retrata uma vingança planeada ao pormenor. Já disse algures que gosto quando uma personagem tem traços de génio, coisas que escapam ao comum dos mortais. E o Conde Monte Cristo é isso, um génio que planeia uma vingança até ao mais ínfimo pormenor. E no final tudo bate certo. Não é um livro fácil, mas vale a pena.

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“Sensibilidade e Bom Senso”, em parte pelo meu fascínio por aquela altura e por aquele mundo, que sendo o mesmo que o nosso, vive distanciado de nós coisa de 200 anos, o que faz uma diferença enorme. A forma como as relações se concretizavam, o tempo que tudo levava… Gostei deste livro e das histórias de amor que o definem.

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Uma paixão chamada livros #13

13 Livro em cujo universo habitarias

Por tempo limitado habitaria de boa vontade no universo de qualquer livro de Jane Austen. Vivo fascinada por aquela sociedade britânica muito aristocrática. Pelas festas, pelos bailes, pelos jantares, por as meninas tocarem piano, os rapazes andarem a cavalo, os jogos de sedução... Ao mesmo tempo que tenho noção que felizmente evoluímos muito. Em todos os aspetos. Saúde. Já não é comum morrer-se com uma constipação. Transportes. Demorar dias a fazer viagens que hoje se fazem em horas. E o mais gritante. O papel da mulher. Assustador como a mulher era tão menosprezada. Mas acho piada aos comentários sarcásticos mas pouco evidentes que Jane Austen vai fazendo. Era giro dar um salto ao passado, mas por tempo limitado.

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