Uma paixão chamada livros #15
15. Livro que custou a ler
“O Conde Monte Cristo” custou-me a ler a primeira metade, mas acho que aquele que me custou mais foi “Anna Karenina”. Levei um mês para o ler. Um mês, senhores.
A história tem o seu quê de interessante, mas o que me levou mais tempo a lê-lo foram as longas dissertações do Levine. Não havia necessidade. Que aborrecimento. E o homem vai discutindo interiormente tudo o que pensa da sociedade, e da economia, e da religião, e da filosofia… E eu só queria mesmo saber se ele ficava com a Kitty, que eles eram o meu casal preferido, mas qual quê, para Tolstoi o romance não tinha importância nenhuma, o que importava era dar a conhecer todas as teses rebuscadas e filosóficas de Levine.
O livro leva o nome de Anna Karenina, mas fiquei com a ideia que acaba por ser uma personagem mais secundária do que aquilo que deveria ser. Eu esperava que fosse a personagem principal. Mas nem pelo facto de ser mais secundária do que seria expectável para mim, somos poupados a todos os dramas da mulher. E ora quer ficar com o marido, ora já não quer, ora quer ficar com Wronsky, ora já não quer porque ele a trai. Livra.
É por essas e por outras que tenho sérias dúvidas que venha a ler “Guerra e Paz”.